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A  FESTA DE TRES DIAS - AS COMEMORAÇÕES DO IV CENTENÁRIO

“Uma das maiores festas da cidade de São Paulo foi a realizada para a comemoração de 400 anos da nossa cidade. As comemorações foram imensas e grandes eventos marcaram essas festividades.

As pessoas que viveram esse momento único dizem que a cidade inteira, independente da classe social, raça ou cor, comemoraram juntos essa data importantíssima.

As comemorações foram iniciadas no dia 9 de julho, uma data mais do que simbólica para a nossa cidade. Na época, era comemorado o 22o aniversário do começo da Revolução Constitucionalista de 1932. Além de comemorar e lembrar os heróis daquela data, o dia 9 de julho também marcava, em São Paulo, a celebração do IV Congresso Eucarístico Nacional.

O COMEÇO DAS COMEMORAÇÕES

As festividades foram iniciadas em frente à Catedral da Sé, que havia sido concluída pra essas comemorações. As festividades começaram quando os padres e bispos subiram na torre e badalaram os sinos da catedral, às 00:00:03h. A festa podia começar!

A cidade começou a comemorar e podia-se ouvir carros buzinando pelas ruas, bailes e festas em vários lugares fechados e, não era incomum, ver brindes em todo o lugar. Os combatentes da Revolução de 1932 estavam presentes com suas fardas e os armamentos da época. As orquestras invadiam o silêncio das ruas e São Paulo começava a se integrar como espírito da festa. 

(...)

Na manha daquele dia, as pessoas que passaram a madrugada toda acordadas, se reuniram em torno do Pateo do Colégio, onde militares, politicos e várias autoridades já estavam esperando lá esperando as cerimônias.“

Abrahão de Oliveira pra o site http://www.saopauloinfoco.com.br

HINO DO  IV CENTENÁRIO

1a parte

São Paulo, terra amada
Cidade imensa
Das grandezas mil!
És tu, terra dourada,
Progresso e glória
Do meu Brasil!
Ó terra bandeirante
De quem se orgulha nossa nação
Deste Brasil gigante
Tu és a alma e o coração

REFRÃO

Salve o grito do Ipiranga
Que a história consagrou
Foi em ti, ó meu São Paulo, 
Que o Brasil se libertou!
O teu quarto centenário
Festejaos com amor!
Teu trabalho fecundo 
Mostra ao mundo inteiro
O teu valor!

2a parte:

Ó linda terra de Anchieta,
Do bandeirante destemido.
Um mundo de arte e de grandeza
Em ti tem sido construído!
Tens tu as noites adornadas
Pela garoa em denso véu,
Sobre seus edifícios
Que mais parece chegarem aos céus!

(refrão)

“O sentimento do paulista faz com que a cidade se locomova até o viaduto do chá. E aqui a multidão ergue os olhos para o céu, de onde caem lâminas metalizadas. Lâminas coloridas metalizafas sobre o viaduto do chá. Iluminadas por holofotes do exército, com o esplendor e luminosidade bonita. Traduzindo a alegria do povo paulista nesse nove de julho, que comemorava uma derrota. Talvez tenha sido o único povo a comemorar uma derrota“.

Randal Juliano, pela Rádio Record.1954

“O centenário de São Paulo foi bem divertido, tinha barracas e jogos, o Parque do Ibirapuera era um campão e tinha bastante atividades, eles enfeitaram bem o Parque. 
Teve um dia que fomos la naquele viaduto....o do chá, né? Então, fomos lá e tinha vários elicopteros no céu jogando papeiszinhos prateados, era uma chuva prateada. O céu brilhava.” 

Romilda Romanini Ribas, em entrevista.

“No Anhnagabaú, perto ali da praça das Bandeiras teve uma queima de fogos e soltaram uns triangulos de alumínio de elicoptero, e como era de aluminio e estava de noite pareciam luzinhas caindo em todo mundo, o chão ficou abarrotado desse papelzinho. Muita emoção, estava pinhado de gente, tinha criança, idoso, jovem e todo mundo queria pegar um papelzinho para guardar, eu peguei um também, mas eu perdi. E soltaram muitos, viu?! que chegou até a porta da minha casa onde eu morava com a minha tia na rua asdrubal do nascimento, 128. Se fosse hoje tirava foto, né...mas antigamente a gente não tinha máquina. No ibirapuera eu não fui que era muito longe.” 

Maria Ádua Begliomini Criveli, em entrevista.

“Senhor, lamento informá-lo que o presidente Matarazzo acaba de trazer ao meu conhecimento que a Comissão do IV Centenário de São Paulo encontra-se na impossibilidade de construir o teatro cujo projeto havia sido realizado pelo Sr. Oscar Niemeyer. As dificuldades financeiras em que se encontra a Comissão obrigaram-na a abandonar este projeto. Conseqüentemente as pinturas murais e as esculturas que tinham sido previstas e cuja execução seria confiada as senhor mesmo, e ao senhor Léger e ao senhor Moore não poderão ser realizadas. A Comissão do IV Centenário encarregou-me de transmitir-lhe suas escusas e seu grande pesar”

assistente da comissão do IV Centenário de São Paulo, Maria Oliva Fraga pra o escritório de Le Corbusier em Paris, 1953

“Ao elaborar o plano de comemorações do aniversário de fundação da Cidade de São Paulo, a Comissão do IV Centenário escolheu como orientação primeira a realização de empreendimentos de caráter duradouro, que se prolongassem no tempo como um marco comemorativo de alta significação e utilidade. Daí nasceu a idéia de construção do Parque Ibirapuera, que é, sem dúvida, obra monumental, harmoniosa e bela nas suas linhas arquitetônicas. E que constitui um dos maiores conjuntos do gênero no mundo. Com esse empreendimento, a Comissão do IV Centenário dotou São Paulo de um centro permanente de cultura, capaz de atender às necessidades do melhor conhecimento e divulgação de nossa indústria, agricultura e comércio, através de exposições, bem como de um local condigno para as manifestações artísticas de São Paulo, que, pelo grau de progresso atingido nos vários ramos da atividade humana, está situado na vanguarda do país. Além disso, constitui um centro de diversões para a população paulistana, de grande interesse turístico, graças a beleza e comodidade de sua concepção urbanística”

 A Comissão explicava, no seu relatório final, de que maneira pensara o projeto do parque com o qual presenteou a cidade de São Paulo nos seus400anos.

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